Os ensaios da Sunway são sempre regados à muita descontração e tiração de onda uns com a cara dos outros. São ensaios normalmente muito produtivos e relaxantes.
No início os ensaios eram feitos ali mesmo na minha garagem e contava basicamente com quatro bancos(da cozinha), um ventilador, bongô e baixo (o único amplificado). Na garagem fazia um calor do saci, a galera toda saia de lá parecendo que estava dentro de uma sauna.
Então, para dar continuidade sem maiores problemas, mudamos para a casa do tio de Loda (Aroldo), que cedeu uma garagem pra que os ensaios pudessem ser executados. O lugar tinha até um bom espaço, e nada mais além de duas paredes!!!
Aroldo chegou todo empolgado na minha casa e disse: “Baixinho, já temos um pico para os ensaios!”. Quando eu fui ver... “Porra, Loda! Vai ser um trabalho do caralho! É melhor alugar uma bosta qualquer!”.
Bom, Aroldo fez um orçamento a cunhão (de cabeça mesmo!) e mirou pra baixo. Então estava tudo certo: a gente iria gastar bem pouco, mas o retorno seria incalculável. Eu avalizei e as obras iniciaram na semana seguinte.
Acompanhamos passo a passo: construção das paredes, telhado, colocação da porta e gesso, aplicação dos carpetes e espumas, colocação do ar condicionado, etc. Na primeira semana caiu um toró (toró do cabrunco mesmo!), daí a gente lembrou (da pior forma...) que não tinha feito bicas para escorrimento da água pluvial (até porque para ser fluvial, teria que ser um dilúvio). Não deu outra: o estúdio ficou podre a mofo!!! Deu infiltração nas paredes e a sensação lá dentro era de se estar sufocado. E Isso tudo antes mesmo da gente iniciar o primeiro ensaio. Porra, foi foda essa situação, mas já tinha até caído no esquecimento (sorte que agora temos um blog...rsrsrs).
Resolvidos todos os problemas, iniciamos os ensaios lá. O pico, apesar de quente, era muito confortável – era só deixar o ar condicionado ligado por alguns minutos antes de iniciar o ensaio que estava tudo resolvido – e cada um ficava em um canto. Como não tínhamos banco, ou sentávamos em cima dos amplificadores, ou no chão, ou ficávamos de pé mesmo. Logo depois ganhamos dois bancos do bar da casa dos pais de Amanda (esposa de Loda) e compramos mais quatro de plástico. Aí sim os ensaios ficaram mais confortáveis e legais, já dava pra ensaiar por mais tempo sem ter dores nas pernas ou câimbra.
Neste estúdio passamos um bom tempo, até que um dia tivemos a bela notícia que o tio de Loda precisaria daquele lugar para construir uma piscina. Bom, é a vida. A gente sabia que isso poderia (ou iria) acontecer. A dor é forte, mas precisávamos de uma solução rápida, até porque estávamos com a agenda repleta de shows (aondjiiiiiii!!!!) e não podíamos parar com os ensaios.
Ensaiamos em um estúdio perto do nosso umas três vezes, isso até Aroldo xingar até a quinta geração do dono do estúdio – ele ficava puto porque o banco era desconfortável, porque a bateria corria (corria mesmo), porque o som era ruim pra cacete, etc etc.. Então resolvemos mudar. E que mudança!!! O outro, além de todos esses problemas, ainda tinha um fedor de xixi de cachorro no corredor de entrada (pense numa recepção...). O grande problema de todos os estúdios alugados é que eles têm um mau cheiro de bandas de pagodeiros (com quinze músicos) misturado com bandas de heavy metal, onde os caras ficam semeando aquele cabelo suado (vulgo batendo cabeça).
A sorte disso tudo, é que enquanto estávamos ensaiando nesses lugares legais um outro estúdio já estava sendo construído. Ô, que maravilha! Era uma parte da garagem da casa da mãe de Aroldo, que apesar de pequena (pelos cálculos que ele me mostrou), caberia toda a banda.
Começamos mais uma vez a pensar como seria e como construiríamos o novo – e definitivo – estúdio. Foram meses de trabalho e de ansiedade, mas enfim ficou pronto. Este era (e ainda é) o estúdio definitivo da Sunway. Parece uma lombriga: fino e comprido, mas o importante é que cabe toda a banda. Tô falando isso porque lembro de um amigo que tinha uma banda de pagode onde metade dos integrantes ensaiava fora e a outra metade dentro do estúdio, não importava o tempo que estivesse. Pensando assim o nosso é muito maior, apesar de termos que entrar por ordem: primeiro Aroldo (porque fica encostado na parede), depois Thales (que fica cheio de instrumento ao lado de Aroldo), depois eu (porque fico em frente à mesa de som), depois Dandan, que se amontoa com Gustavo, o boca, ao lado da porta.
Apesar de todas essas dificuldades, estamos muito satisfeitos e sempre ansiosos para que logo chegue o domingo. É o dia do encontro da galera para o ensaio na lombriga...pense num pico legal!!!!!!!!!!!